Cantigas de Maldizer

A cantiga de maldizer é a sátira direta, desbocada, vulgar, grosseira, chula, por vezes obscena ou pornográfica, chegando a citar o nome da pessoa-alvo da sátira.
 
Nestas cantigas, que tinham forte apelo popular, e muitas delas eram de origem popular, havia sempre uma crítica social velada a alguma pessoa ou instituição social da época, de modo que se zombava desta pessoa - ou instituição - artisticamente. Era, assim, uma forma de crítica artística em uma época em que os indivíduos tinham pouco ou nenhum poder político efetivo.

No exemplo abaixo, o autor faz uma depreciação à imagem de um trovador, considerando-o literariamente fraco. 

Trovas não fazeis como provençal
mas como Bernaldo o de Bonaval.
O vosso trovar não é natural. 
Ai de vós, como ele e o demo aprendestes.
Em trovardes mal vejo eu o sinal
das loucas idéias em que empreendestes.


Um outro exemplo de cantiga de maldizer é a de Afonso Eanes de Coton:

Marinha, o teu folgar tenho eu por desacertado, e ando maravilhado de te não ver rebentar; pois tapo com esta minha boca, a tua boca, Marinha, e com este nariz meu, tapo eu, Marinha, o teu com as mãos tapo as orelhas, os olhos e as sobrancelhas, tapo-te ao primeiro sono, com a minha piça o teu cono, e como o não faz nenhum, com os colhões te tapo o cu. E não rebentas,  Marinha?

Não podemos esquecer que todas essas cantigas eram musicadas. Os trovadores as cantavam, acompanhados de um ou vários instrumentos musicais. E, em algumas situações, elas podiam, inclusive, ser dançadas.


↘Video Explicativo↙:

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